Para direcionarmos o aluno de acordo com sua dificuldade ou transtornos de aprendizagem , seja TDAH, dislexia, autismo ou outros transtornos, podemos em nosso cotidiano escolar fazer algumas avaliações deste aluno no intuito de auxiliá-lo e/ ou encaminhá-lo ao profissional adequado, para uma melhor análise, avaliação ou tratamento. Consideraremos neste artigo, um estudo de caso cujo nome do aluno é fictício. Gustavo, é um aluno de 10 anos, sem histórico médico importante, estuda no 3º ano de uma escola regular. Seus relatórios escolares constantemente se referiam a sua falta de concentração e agitação em sala de aula (sem diagnóstico para TDAH), ele tinha dificuldade em leitura e escrita, capacidade limitada para trabalhar conceitos abstratos, seu trabalho escrito era lento e inconsistente, mostrava sinais de comportamento agressivo.
Gustavo gostava de esportes, adorava desenhar (apresentava facilidade) e era viciado em jogos de internet (Minecraft), o que muitas vezes era proibido pelos pais. Ele se intitulava “burro” na escola e esquecido das coisas.
Os pais deste aluno estavam preocupados com o comportamento dele, sua falta de concentração e esquecimento constantes, ele também não parecia se “confraternizar” com as outras crianças. Embora Gustavo tivesse 10 anos de idade, ele não sabia seu endereço, número de telefone, nem a data do seu aniversário. Não conseguia dizer os meses do ano, nem as tabuadas mais comuns de aritmética. Havia também um atraso na linguagem, onde foi solicitou-se a avaliação de um fonoaudiólogo. Segundo os pais, não havia histórico familiar de casos de Dislexia e/ou TDAH ou outros transtornos da linguagem escrita ou falada.
Deste modo podemos usar as atividades a seguir como um guia preliminar para determinar onde podem estar situadas as potencialidades e deficiências linguísticas do aluno, detectar um possível transtorno e encaminhá-lo ao profissional adequado (fonoaudiólogo, psicólogo, psicopedagogo, neuropsicopedagogo e/ou outros).
Atividades
Contar uma história a partir de uma sequência de figuras:
Solicitou-se a Gustavo classificar uma série de cartões de uma história em uma sequência com significado que quando colocados em ordem descreviam: Ida ao dentista.
Observação: O aluno conseguiu classificar os cartões rapidamente, porém, a história que contou não era coesa, não mostrava evidência de inferência e terminava muito abruptamente.
Gustavo foi incapaz de relatar o que pode ter acontecido antes ou depois dos eventos mostrados e achou difícil inferir a razão de visitas regulares ao dentista.
Vocabulário receptivo
É mostrada a Gustavo uma folha com quatro figuras e é solicitado ao mesmo que aponte a figura que melhor se encaixa ao significado da palavra.
Exemplo: fala a palavra BOLA, mostra-se a folha com as figuras: copo, flor, campo, jogador.
Foi repetido o mesmo procedimento para seis palavras para que se pudesse observar o vocabulário receptivo de Gustavo.
Observação: O aluno começou a titubear e apontar erradamente as figuras, exemplo: na palavra bola, apontou flor.
Neste caso observou-se que crianças como Gustavo tem uma idade de vocabulário (conforme a British Picture Scales) dois anos acima ou abaixo da sua idade cronológica e pode experimentar grande dificuldade para entender grande parte do que é falado ou escrito na sala de aula.
Através destas atividades e de outras atividades cognitivas ,(abordadas posteriormente), do relatório do aluno e a observação do cotidiano escolar, verificou-se que Gustavo tinha várias dificuldades:
– falta de compreensão do vocabulário falado
– baixa auto-estima
– dificuldade na habilidade de conversação
– possível TDAH
Neste caso o aluno foi encaminhado ao fonoaudiólogo e ao psicólogo para que fosse detectado se de fato havia o Transtorno ou não e desta forma fossem feita possíveis intervenções com o Psicopedagogo.
Estamos iniciando estudos de casos, os interessados em obter informações ou orientações, cadastrem os emails no blog.
No intuito de auxiliar a pais, professores e as crianças, escrevi o e-book “Atividades exitosas” (91 páginas) em que reuni estas atividades e muitas outras além de estratégias, atividades criativas e de fácil aplicação. De bônus os presenteio com o e-book “Ciranda” (48 páginas) onde podemos ensinar através de poesias e rimas, com sugestões e modelos de atividades. Este material foi escrito com muito carinho e dedicação, tenho certeza que será muito proveitoso, e se for bem aplicado se refletirá na real aprendizagem dos alunos, em especial aqueles que têm TDAH, Dislexia ou outros Transtornos de aprendizagem.
Psicopedagoga, Psicanalista Clínica, Palestrante, Bacharel em Administração de Empresas, especialista-BA na área de Atendimento Educacional Especializado, Escritora/poetisa com livro publicado pela Editora Baraúna e CBJE.