O remédio funciona?

 

A indústria farmacêutica investiu pesadamente em estudos clínicos da medicação nas últimas décadas. Baseados em resultados das pesquisas para TDAH, especialistas afirmam que a medicação com metilfenidato (comercializado no Brasil como Ritalina  e Concerta) é eficaz. O TDAH é o transtorno mais estudado em toda psiquiatria, afirmam os especialistas. Com a medicação, o aluno fica mais calmo e consegue prestar atenção na aula. Seu rendimento melhora e consequentemente sua autoestima também. Essa seria uma forma de superar o estigma do aluno que sempre vai mal e sofre com a gozação dos colegas e evitar problemas futuros como abuso de drogas ou comportamento antissocial.

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Entretanto, artigo na revista Nature, em 2014, afirma que um número crescente de estudos indica que, no longo prazo, o remédio não contribui para o desempenho acadêmico ou adaptação ao meio social. Assinado pela jornalista científica Katherine Sharpe, o texto levanta a hipótese de que o remédio ajuda apenas nas tarefas mais mecânicas, porque acalma e aumenta a capacidade de concentração, mas sem melhorar as habilidades do pensamento lógico ou de reflexão, fundamentais para resolver problemas mais complexos.

Os resultados não são conclusivos, mas indicam que a medicação na infância não diminui os riscos de comportamento antissocial, abuso de drogas ou taxas de prisão.

Outro capítulo importante na questão da medicação para crianças com TDAH são os efeitos colaterais. As reações adversas dos estimulantes, como o metilfenidato, podem ser até mais sérias do que as das anfetaminas, diz o especialista Moisés, que afirma nunca ter prescrito o medicamento porque sempre encontrou soluções alternativas. “Eles podem causar sonolência, surtos psicóticos, depressão, efeito zumbi ( a criança não interage), hipertensão e há até casos de parada cardíaca. Também afetam o crescimento e a secreção de hormônios sexuais.”

Para o psiquiatra americano Peter Brinning, um dos mais famosos críticos dos excessos farmacológicos, o medicamento apenas suprime o comportamento espontâneo, como resultado de sua toxidade, que acaba parecendo uma vantagem apenas em ambientes que exigem muita produtividade, sem cuidar das necessidades genuínas das crianças.

“Os efeitos colaterais existem, mas podem ser monitorados”, diz o especialista Andrade. Para ele, surto psicótico e dependência química são raros. “ O problema da criança com TDAH é esquecer a medicação. A dependência geralmente acontece com jovens ou adultos que usam o remédio sem indicação médica”. Em função de dúvidas assim, alguns órgãos públicos têm sido mais rigorosos ao dispensar o medicamento.

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Diante de tantas questões abordadas sobre o uso da medicação para o tratamento do TDAH, estudos neurocientíficos apontam duas abordagens distintas. A primeira prioriza a busca de causas orgânicas, genéticas e neurológicas e considera a medicação como tratamento principal. A terapia cognitivo-comportamental – baseada na aplicação de técnicas que buscam mudar padrões de pensamento e, consequentemente, comportamentos tidos como indesejáveis – pode ser indicada como tratamento complementar, visando treinar aspectos cognitivos do cérebro. A segunda perspectiva enxerga os sintomas como alterações que podem aparecer na infância, sendo abordados aspectos emocionais de um indivíduo tido como singular e que interage com os outros dentro de um contexto social. É priorizada a investigação das causas do sofrimento através do diálogo, seja com a escola, com a própria criança e, se necessário, com a ajuda de profissionais da área médica ou psicossocial, como psicólogos, psicopedagogos e psicanalistas.

Diante disso, é provável que a opinião de um único médico não seja suficiente, mas as duas abordagens podem ser combinadas, pelo uso de medicação com psicoterapia.

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Diante disso, é provável que a opinião de um único médico não seja suficiente, mas as duas abordagens podem ser combinadas, pelo uso de medicação com psicoterapia. “Qualquer que seja o caminho adotado, este momento representa também uma oportunidade para que a criança participe do tratamento, aprendendo a lidar com as dificuldades desencandeadas pelas sintomas, afrima Suzana Grunspun, psicanalista e psiquiatra da Sociedade Brasileira de psicanálise de São Paulo. (SBPSP)

 

Fonte: revista Neuroeducação

 

 

Olá pessoal, escrevi este artigo que se refere À medicação no tratamento com TDAH, porque achei bastante interessante compartilhar com todos vocês que lidam com crianças que têm TDAH, sejam elas usuárias ou não da medicação. Neste sentido gostaria de saber a opinião de vocês, pais, professores ou pessoas com este transtorno. O que vocês acham sobre o uso da medicação?
Estaremos fazendo estudos relacionados tanto a TDAH como a Dislexia, associados ou não (comorbidades), caso vocês queiram participar deixem o caso relatado aqui nos comentários ou em nosso grupo de estudos de caso no Facebook: Nasci para Vencer – TDAH, Dislexia/Transtornos de Aprendizagem.

 

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