Segundo estudos será disgráfica toda criança cuja escrita seja defeituosa, quando não tem algum déficit neurológico ou intelectual importante que os justifique. Crianças intelectualmente “normais” escrevem devagar e de forma ilegível, fato que atrasa seu progresso escolar. É um transtorno psicomotor que costuma surgir como parte da síndrome dispráxica ou dentro do quadro da debilidade motora. Surgem também disgrafias ligadas à surdez e aos transtornos de lateralidade ou em comorbidade com transtornos como o TDAH.
Existem diferentes tipos de disgrafia.
Disgrafias posturais: referem-se à distintas dificuldades na escrita que se
Originam de uma má postura ao escrever.
– Apoiar-se sobre a mesa
– Agarrar-se à cadeira
– Folha centrada
– Zoom ocular: precisa aproximar muito a folha dos olhos
– Folha virada para a direita
– Escoramento cefálico: a criança sustenta a cabeça com a mão que não escreve ou apoia a cabeça sobre o braço, ficando apoiada sobre a mesa.
– Braço em forma de gancho: mão colocada acima da linha da escrita, o que a obriga a girá-la em demasia.
– Folha virada para esquerda
Disgrafias de preensão:
– Palmar: a criança pega o lápis com o polegar e os três ou quatro últimos dedos. O polegar está em cima do indicador.
– Preensão sobre a ponta do lápis
– Tetradigital: segura o lápis com a ponta dos dedos
– Falanges hiperarticuladas
– Lápis seguro entre o dedo indicador e o médio
– Bidigital: segurar o lápis com dois dedos
– Tridigital: com a polpa do dedo médio
Disgrafias de pressão:
– Letras asas de mosca”: traços muito fracos
– Letras “amassafolha”: pressão excessiva no traço ao escrever
– Letra parkinsoniana: pequena, tr~emula e rígia
Disgrafias de direcionalidade:
– Descendente
– Ascendente
– Serpenteante
Disgrafias de giro:
As letras que necessitam de traços circulares na sua execução como a, o, d, g, f e q são feitas com giros invertidos, ou seja, no sentido horário. Isto dificulta o traçado da letra e sua ligação com a letra seguinte.
Disgrafias de ligação:
– Falta de ligação entre as letras na escrita cursiva.
– Ligação “simbiótica”: escrita das letras coladas entre si, sem as linhas de união definidas.
– Ligação elástica: as letras são separadas e unidas obrigatoriamente com linhas que parecem sobrecarregadas.
Disgrafias figurativas:
– Mutilação de letras
– distorções de letras
Disgrafias posicionais:
– Verticalidade caída para trás
– Letras em espelho
– Confusão de letras simétricas como por exemplo, b e d.
Disgrafias relacionadas com o tamanho:
– Macrografias
– Micrografias
Disgrafias espaciais:
– Interalinhado regular
– Texto margeado à esquerda
Atividades e estratégias
O aperfeiçoamento da escrita tende a compensar os déficits na mesma, na medida em que se pretende melhorar os fatores funcionais que afetam o ato de escrever. Deste modo apresentaremos algumas estratégias e atividades para serem praticadas com crianças que tem disgrafia com comorbidade ou não do TDAH.
Pautas
– Lisa unilineal: permite à criança apoiar corretamente a escrita, mas não dá resposta aos problemas de dimensão ou espaçamento.
– Lisa de duas linhas: as letras baixas são adequadamente situadas entre duas linhas, o que compensa parcialmente o problema das dimensão das letras.
– Quadriculdada: permite adequar a escrita em termos de dimensão e espacialização. Convém utilizar quadrículos grandes para que a criança não tenha de fazer um esforço perceptivo suplementar e desnecessário.
Atividades de Aperfeiçoamento
– Transtornos da inclinação
• Desenhar linhas paralelas.
• Desenhar ondas e linhas retas paralelas.
• Recortar tiras de papel paralelas.
• Numa folha de papel desenhar pontos em ambos os extremos que a criança deve unir. Realizar também atividades de escrita procurando terminar em locais adequados.
– Transtornos de proporção
O uso de pautas quadriculadas pode corrigir os transtornos de dimensão das letras. Deve-se dar à criança algumas orientações: as letras ascendentes ou descendentes ocupam três quadrados, as letras baixas apenas uma.
– Transtornos de ligação entre letras
• Exercícios de reaprendizagem da forma das letras.
• Exercícios de repassar palavras e frases sem levantar o lápis.
• Pôr palavras com letras separadas para que a criança as una de forma correta.
– Transtornos de Espaçamento
O uso de pautas quadriculadas com o estabelecimento de deixar três quadrículos entre as palavras pode ajudar na homogeneidade do espaçamento.
c) Controle dos movimentos que acompanham o grafismo
– Posição do corpo
Durante a escrita, o corpo tem de permanecer paralelo à mesa evitando que se forme um ângulo com esta, uma vez que isso obriga a rodar os ombros para escrever. As costas devem estar apoiadas nas costas da cadeira e só a zona dorsal formará um ligeiro ângulo com o bordo da mesa.
– Posição da mão
Posições incorretas frequentes na disgrafia:
• Suporte múltiplo: o lápis é segurado com a colocação de dedo polegar por cima do mesmo. Desta forma, a mão cansa-se mais, uma vez que o dedo polegar tem uma função de suporte e ao colocar-se em cima do lápis atrasa a escrita e provoca sensações dolorosas ou de fadiga na mão.
• Crispação dos dedos: a crispação é a flexão excessiva de um ou vários dedos durante a escrita, o que gera sensações desagradáveis e paragens durante a escrita. Os exercícios de relaxação, educação do gesto manual e digital e coordenação visuomotora ajudam a que desapareça a crispação.
• Posição de varrimento: inadequada postura do ângulo que forma a mão ao escrever com o papel. É mais comum entre crianças canhotas, mas também acontece nos destros. Esta posição leva a fadiga e sensações dolorosas do pulso. é aconselhável a relaxação segmentar e prestar atenção á inclinação do papel.
• Posição empunhada: a criança segura o lápis na intersecção ou buraco formado pelos dedos indicador e polegar. Esta posição obriga a criança a uma postura crispada e fatigosa, assim como a um suporte insuficiente do lápis. Progressivamente a criança deve ser ensinada a utilizar a pinça fina (indicador, polegar e médio).
d) Posição do papel
À medida que a criança cresce o papel vai-se separando da posição vertical criando-se um ângulo cada vez maior entre a mesa e a posição do papel. O ângulo de inclinação aumenta progressivamente ao longo dos anos (nos adultos é de 30 º). Do mesmo modo, a criança tende a aproximar o papel em direção ao hemicorpo da mão que escreve. Determinadas posturas provocam alterações no grafismo (ângulo inadequado, movimentos persistentes). Convém realizar exercícios em que a criança possa aprender a escrever com correta inclinação. Um exemplo é fixar o papel para impedir que a criança o mova durante a escrita.
A reeducação grafomotora tem como objetivo exercitar o grafismo prévio à escrita, pretendendo educar e corrigir os movimentos básicos que intervêm na escrita. De seguida apresentam-se alguns exercícios sobre este tópico.
Linhas Retas
a) Com o pincel
A utilização do pincel permite melhorar os transtornos de pressão e suporte, contudo só deve ser usado em fases iniciais.
– Realizar traços horizontais da esquerda para a direita.
-Realizar traços verticais.
-Pintar quadrículos com traços horizontais ou verticais.
-Pintar zig-zags.
-Pintar traços alternado a grossura (grosso-fino).
– Preencher formas com traços retos.
b) Exercícios sobre pautas
– Num quadro pautado (com quadrículos) seguir uma série de desenhos de progressiva dificuldade.
Continuar as séries iguais
Continuar as séries alternantes
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Psicopedagoga, Psicanalista Clínica, Palestrante, Bacharel em Administração de Empresas, especialista-BA na área de Atendimento Educacional Especializado, Escritora/poetisa com livro publicado pela Editora Baraúna e CBJE.