O autoconhecimento em psicologia é “informação genuína e real que se possui sobre si mesmo”, neste artigo, estaremos analisando como pessoas com TDAH se veem, o relacionamento que tem consigo mesmos. Isso inclui informações sobre o estado emocional, visão do transtorno, traços de personalidade, relacionamentos, padrões comportamentais, opiniões, crenças, valores, necessidades, objetivos, preferências e identidade social.

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Por que o autoconhecimento é importante para todos, inclusive quem tem TDAH?

O autoconhecimento é “essencial para o funcionamento saudável porque conhecer-se bem leva a uma tomada de decisão realista sobre aspectos-chave da vida”, importantes principalmente para quem tem o Transtorno do Défcit de Atenção e/ou Hiperatividade – TDAH.

De fato, “Pessoas que não se veem com precisão provavelmente estragarão suas vidas”.

Os principais aspectos em risco devido à falta de autoconhecimento incluem escolhas de parceiros de vida, escolhas de educação e carreira e onde e como viver, apesar do TDAH.

Déficits no autoconhecimento levam à superestimação das forças subjetivas, o que pode causar menor satisfação com a vida e baixo desempenho acadêmico, até mesmo diante de críticas e rótulos devido as características do TDAH.

Veja cinco razões pelas quais o autoconhecimento é essencial para o crescimento psicológico nas pessoas com este transtorno.

– Satisfaz o desejo de aprender e dar sentido às experiências.

– Evita a discórdia entre a autopercepção e a percepção que os outros têm de si mesmo diante dos sintomas do TDAH.

– Emancipa-nos dos caprichos irracionais do nosso inconsciente.

– Facilita respostas proativas em vez de reatividade.

– É um primeiro passo necessário para uma mudança positiva.

O autoconhecimento exige que desenvolvamos uma suspeita equilibrada de nossos sentimentos.

Outros benefícios incluem ter menos frustração no trabalho, menos insegurança e competição, lidar melhor com o TDAH e menos estresse com dinheiro e com os sintomas do transtorno. Além disso, ganhamos a capacidade de assumir a responsabilidade por nossas emoções e ter mais empatia e compaixão com os outros e principalmente conosco.

Finalmente, o autoconhecimento ajuda a moldar nossa compreensão dos outros e é usado como ponto de referência para avaliar os outros e nossa vida.

Conhecer a nós mesmos aumenta nossa capacidade de viver vidas coerentes e gratificantes. Além disso, nos permite entender nossas motivações e medos básicos e aumenta nosso controle de nossas emoções.

Por outro lado, a incapacidade de reconhecer nossos sentimentos nos deixa vulneráveis ​​e à sua mercê.

Autoconhecimento e TDAH

Com relação ao autoconhecimento e o TDAH, ser repetidamente incompreendido faz com que as pessoas com TDAH não entendam profundamente a si mesmas e suas situações. Sentir-se ineficiente e desconfiar de si mesmo desde tenra idade, muitas vezes, torna extraordinariamente difícil avaliar-se adequadamente como adulto. Esses mal-entendidos podem ter consequências difíceis, então o que podemos fazer sobre isso?”

Uma característica definidora do TDAH é seu início precoce – e as críticas, punições e frustrações que também começam em uma idade muito jovem.

 

Como nosso senso de identidade se mantém – TDAH

Pergunte a qualquer pessoa com TDAH, e eles vão contar todas as vezes que lhes disseram – direta ou indiretamente – que eles são estúpidos, vivem no mundo da lua, são agitados, não confiáveis, insuportáveis, excessivamente sensível, um causador de problemas, ou algo do tipo.

Vou ilustrar com uma história, que é a história de muitos com TDAH. “Depois de todos esses anos, ainda me lembro da vez em que meu professor do ensino fundamental, na frente da turma, me disse que eu seria reprovada em muitas matérias que eu não conseguia aprender.”. Também me lembro de pontuar “muito abaixo do meu potencial” em meus exames. Meus boletins escolares no ensino médio diziam que eu muitas vezes “sonhava acordada”, tinha “pouco tempo de atenção”, “esquecia meus livros”, tinha um desempenho “fraco” e “faltava motivação”. Na época, fiquei intrigada. Como minhas boas intenções e horas de estudo podiam ter levado a resultados tão ruins?

Experiências e memórias como essas combinam perfeitamente com nossas crenças sobre nós mesmos; elas formam uma parte central de nossa autoidentidade em uma idade jovem. Vergonha, inadequação, dúvida e fracasso – temas comuns nas narrativas de adultos com TDAH – são consequências desses rótulos. Esses rótulos, curiosamente, aparecem no momento em que aprendemos que também somos criativos, espontâneos, divertidos, dinâmicos, perceptivos e assim por diante. Mas, são as mensagens críticas que se estabelecem.

Os sintomas de TDAH continuam a pressionar essas feridas iniciais de autoestima à medida que envelhecemos. Nós amadurecemos em adultos navegando nas explosões emocionais e na sensibilidade do TDAH sem a autoconfiança necessária para acreditar que temos os pontos positivos e os pontos fortes necessários para perseverar.

Por este motivo é necessário que desenvolvamos o autoconhecimento, tenhamos uma visão real de nós mesmos, e compreender que os rótulos e como nos enxergaram nos levaram a ter uma visão muitas vezes errôneas o distorcidas de nós mesmos. Hora de mudar este sentimento, buscar ajuda, em informações, terapias, etc. Enfim, ter um encontro consigo mesmo e provavelmente um novo direcionamento.

No próximo artigo, vejam dicas de como criar e desenvolver o conhecimento de si mesmo (autoconhecimento).

Espero que tenham gostado e continuem com a leitura de nossos artigos.
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Abraços,

Socorro Bernardes

A importância do Autoconhecimento x TDAH
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