Neste dia a mãe deste paciente chega muito desesperada, o adolescente não conseguia ler e escrever e já tinha 15 anos de idade, não conseguia sequer escrever seu primeiro nome, entregou-me o laudo com seu diagnóstico: TDAH, dislexia e TEA e disse-me quase chorando que já havia perdido a esperança.
Eu ouvi a queixa desta mãe e a consolei, pedi para ver o adolescente. Ele entrou no consultório e em seguida virou a cadeira, sentou ficando de costas para mim. Eu pedi para ele me dizer o seu nome e o que mais gostava de fazer.
Ele: Meu nome é Carlos ((só o primeiro nome, com autorização), gosto de andar a cavalo, brincar com cavalos de brinquedo.
Eu respondi: Eu também adoro cavalos.
Ele: E você brinca com cavalos?
Eu respondi: Claro que sim, é a minha brincadeira favorita.
Instantaneamente ele virou de frente para mim e iniciamos assim o primeiro contato. Percebi que tinha conseguido obter sua confiança, participar do seu “mundo”.
Entreguei-lhe uma folha em branco e pedi para ele escrever seu nome, ele respondeu que não sabia direito. Insisti, pedi que ele escrevesse assim mesmo, só para eu ver.
Realmente ele não sabia, e também percebi sua inquietude, mãos e pernas se movimentavam quase simultaneamente, sintomas do TDAH muito visíveis. Sua autoestima estava baixa, ele já percebia o seu tamanho e a diferença dele com os demais da sala, e se questionava, reclamava porque eles “zombavam” às vezes dele. Em um dado momento ele olhou para mim e falou: Eu sou burro!
Eu olhei firme para ele e retruquei: claro que não, porque você pensa assim?
Ele: Porque sou grande e não sei ler e nem escrever.
Eu respondi: Você já está aprendendo e vai aprender muito mais, caso queira e se esforce para isso. Você quer minha ajuda? Quer aprender?
Ele acenou com a cabeça que sim.
Então vamos começar, eu respondi firme e muito animada. Trouxe um caderno? Vamos mudar tudo agora, você vai ser um dos melhores em sua escola. Ele sorriu e pegou o caderno mais animado.
Eu continuei: No inicio pode não parecer fácil, mas com o tempo você verá o quão inteligente você é, só precisa ter muita força de vontade. E iniciamos:
Combinei os atendimentos seguintes com a mãe dele, eram dois atendimentos semanais. Olhei firme para ela e disse que ele havia gostado de mim e acreditado que ia aprender. Percebi um raio de esperança no olhar dela, neste momento tive certeza que venceríamos juntas, essa mãe como muitas outras, também precisava de cuidados, olhei para ela e disse: você também precisa de cuidados, me deixe cuidar dos dois, o seu emocional abalado também pode afetar o emocional da criança, paralelamente começávamos ali o início de uma terapia familiar. Ela confiou em minhas palavras, minha boa vontade em ajudar, além do profissionalismo. Não existe transtorno que supere a nossa Fé e determinação.
Iniciamos…A história continua e vou mostrar o passo a passo deste estudo de caso que foi vitorioso. Se você se identificou continue lendo nossas postagens, deixe um comentário, quem sabe um dia não poderei contar sua história de sucesso também, apesar dos transtornos, apesar do TDAH.
Acredite. Até mais!
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Psicopedagoga, Psicanalista Clínica, Palestrante, Bacharel em Administração de Empresas, especialista-BA na área de Atendimento Educacional Especializado, Escritora/poetisa com livro publicado pela Editora Baraúna e CBJE.