A função do psicopedagogo é bastante terapêutica, mas também requer que a escola dê continuidade ao processo de aprendizagem do aluno com TDAH, Dislexia ou outros Transtornos de Aprendizagem, para que isto aconteça, faço algumas considerações neste artigo, pois, para que esta aprendizagem de fato ocorra também é necessário se trabalhar em parceria com a escola e os pais.
As crianças que possuem TDAH, Dislexia, apresentam muitas vezes dificuldades de aprendizagem, entretanto, a possibilidade de contar com ambientes pedagógicos saudáveis por si só funciona de uma forma terapêutica e reparadora para estas crianças. Desta forma citarei as propostas estabelecidas pela autora Nélida García Márquez que devem servir como padrões para o meio escolar:
– Conhecer a fundo as possibilidades dos seus alunos conforme sua maturidade afetiva e intelectual;
– Conhecer os fatores individuais e ambientais presentes e passados que tenham favorecido ou perturbado o desenvolvimento da criança;
– Ajustar os aspectos anteriores para determinar os objetivos da aprendizagem como propostas integradoras;
– Mantêm relações frequentes e cooperativas com os pais;
– Realizar uma análise qualitativa e não quantitativa do processo e não somente dos seus resultados;
– Estimular a capacidade para colocar-se em contato com os demais por meio de brincadeiras, do diálogo e do trabalho comum;
– Favorecer a alternância das atividades grupais e individuais;
– Compreender as relações lógicas do medo, angústia e rejeição que a aprendizagem gera. Verbaliza-se e aceita sua manifestação;
– Compreender as características específicas das crianças com TDAH, Dislexia ou outros Transtornos de aprendizagem, segundo seu desenvolvimento evolutivo.
Estas atividades foram utilizadas em atendimentos com crianças/adolescentes com TDAH ou Dislexia, onde obtive êxito, pois trabalham a psicomotricidade, ou seja, o conhecimento do corpo, o que aliado ao cognitivo produz resultados benéficos para aprendizagem. Portanto, deve ser utilizada também como estratégia terapêutica no meio escolar.
– Na clínica, em casa ou na escola, podem ser confeccionados quebra-cabeças da figura humana. Devem ser de preferência bem reais para melhor identificação da criança. Primeiro divide-se o quebra cabeças em partes grossas, como por exemplo: cabeça, tronco, membros, para depois passar as partes mais finas;
– Dar as crianças distintos tipos de materiais como massinha de modelar, cartolina, folhas, tinta argila etc. para que as mesmas façam reproduções da figura humana.
– Apresentar as crianças folhas onde exista figuras humanas desenhadas nas quais falte alguma parte do corpo; a criança deve desenhar a parte que falta. Uma variação desta atividade consiste em entregar à criança outra folha onde estejam desenhadas as partes faltantes; a criança deve recortá-las e colá-las no lugar correspondente.
– Pode-se trabalhar com a técnica de colagem, recortando diferentes partes do rosto ou do corpo e a criança deve ir montando o rosto ou o corpo. Também podem ser utilizadas partes do corpo confeccionadas com tecido e velcro, de modo que a criança pode ir montando e remontando.
No intuito de auxiliar a pais, professores e as crianças, escrevi o e-book “Atividades exitosas” (91 páginas) em que reuni estas atividades e muitas outras além de estratégias, atividades criativas e de fácil aplicação. De bônus os presenteio com o e-book “Ciranda” (48 páginas) onde podemos ensinar através de poesias e rimas, com sugestões e modelos de atividades. Este material foi escrito com muito carinho e dedicação, tenho certeza que será muito proveitoso, e se for bem aplicado se refletirá na real aprendizagem dos alunos, em especial aqueles que têm TDAH, Dislexia ou outros Transtornos de aprendizagem.
Psicopedagoga, Psicanalista Clínica, Palestrante, Bacharel em Administração de Empresas, especialista-BA na área de Atendimento Educacional Especializado, Escritora/poetisa com livro publicado pela Editora Baraúna e CBJE.