Um assunto que costuma preocupar os pais das crianças com TDAH é a dificuldade de aprendizagem apresentada pelos filhos. Isso é até natural e esperado, pois não são todas as crianças que apresentarão facilidade para aprender. Por outro lado, quando essas dificuldades são recorrentes e não conseguem ser superadas, este pode ser um indicativo de que a criança possui associado ao TDAH, a dislexia (comorbidade), um distúrbio que afeta milhões de crianças.
Dislexia é um transtorno de leitura e escrita. É uma disfunção neurológica que se caracteriza pela dificuldade de entendimento de letras e formação de palavras. Sua origem é genética, o que significa que ela é herdada, e não adquirida. Ela costuma ser identificada a partir do momento em que a criança entra em contato com as questões da leitura e escrita. Mas, antes disso, já é possível perceber outras funções comprometidas, como na área perceptual e de comunicação – isso porque quem tem dislexia também tem outros prejuízos, cujas características são perceptíveis, ainda mais quando a dislexia é uma comorbidade do TDAH.
Normalmente, a criança não apresenta dificuldade de comunicação, mas a parte psicomotora pode ter um comprometimento. Vale ressaltar que há vários graus de dislexia e vários graus de linguagem comprometida.
Muitas vezes, o disléxico tem déficit na parte da memória e na aprendizagem de símbolos. Por isso, parte da escrita voltada para linguagem fica comprometida, o que é diferente do déficit de atenção. Além disso, ele também pode ter transtornos paralelos, como por exemplo a discalculia (transtornos que dificulta o aprendizado dos números) e o TDAH( transtorno do déficit de atenção e hiperatividade). É importante diagnosticar qual o grau e o tipo de dislexia que a criança possui, para que o tratamento possa ser direcionado.
Essas dificuldades mais ligadas à aprendizagem costumam ser detectadas a partir do momento que a criança passa a freqüentar a escola, e o professor deve estar atento, pois, apesar de não estar capacitado para fazer o diagnóstico, ele pode e deve recorrer ao psicopedagogo da escola. Este, por sua vez, indicará outro profissional, como o fonoaudiólogo ou neurologista, para fazer uma abordagem pedagógica diferenciada para atendê-la.
Grandes melhoras podem ser alcançadas através do tratamento. Contudo, como o transtorno não é uma doença, não existe cura. Além disso, o grau de melhora vai depender da gravidade dos sintomas e do apoio que a criança receberá dos pais e educadores ao longo do tratamento realizado com os profissionais, que irão ajuda-la a aprender a trabalhar e a lidar com as questões em que tem dificuldade.
Quando a criança tem o diagnóstico adequado, ela pode sair do estigma de incapaz. Caso contrário, ela acaba sofrendo problemas de autoestima, o que é um prejuízo para o resto da vida. Por isso, é muito importante o trabalho conjunto dos profissionais da área de saúde mental e pedagogos. Quando a criança com Dislexia e/ou TDAH associados, é diagnosticada, ela tem outros recursos que a lei garante, inclusive diferentes tipos de tratamentos educacionais, de acordo com as necessidades apresentadas pela mesma.
Olá pessoal, estaremos fazendo estudos relacionados tanto a TDAH como a Dislexia, associados ou não (comorbidades), caso vocês queiram participar deixem o caso relatado aqui nos comentários ou em nosso grupo de estudos de caso no Facebook: Nasci para Vencer – TDAH, Dislexia/Transtornos de Aprendizagem.
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Psicopedagoga, Psicanalista Clínica, Palestrante, Bacharel em Administração de Empresas, especialista-BA na área de Atendimento Educacional Especializado, Escritora/poetisa com livro publicado pela Editora Baraúna e CBJE.