Ser incompreendido obviamente tem consequências autodestrutivas para pessoas com TDAH. Então o que podemos fazer sobre isso?
- Construa uma consciência inicial de seus hábitos
Você não pode mudar o que você não reconhece. É fundamental para pessoas com TDAH reconhecer suas experiências únicas e específicas – aquelas que o deixaram se sentindo incompreendido e que fizeram você se entender mal – e como elas se manifestam no presente.
Quais são suas primeiras memórias e histórias de desatenção, hiperatividade, impulsividade ou TDAH?
Quais são as histórias que você conta a si mesmo sobre as mensagens que recebeu? Em que momentos e situações você percebe autocrítica, dúvida, inadequação ou medo do fracasso surgindo?
O que você costuma fazer quando isso ocorre? (por exemplo, evasão ou excesso de trabalho)? Pratique o automonitoramento sem qualquer julgamento ou interpretação para chegar a essas respostas.
Preste muita atenção a si mesmo ao longo do dia. Ouça a conversa interna em sua cabeça.
Observe suas emoções, sensações físicas, comportamentos. Escreva suas observações em seu telefone ou em um diário.
Por meio da conscientização e do monitoramento, você notará esses pensamentos, sentimentos e comportamentos aparentemente automatizados que influenciam sua percepção sobre si mesmo. Reconhecer essas tendências negativas pode levá-lo a intervir antes que elas o sobrecarreguem.
Lembre-se, sua autocrítica e dúvida estão imitando aquelas memórias do início da vida quando você foi mal interpretado. Isso não a torna verdade. Afaste-se disso. Não desça pelo buraco. Talvez até diga a si mesmo: “Você não está se avaliando adequadamente”.
- Faça um inventário de seus pontos fortes
Em que lhe disseram (direta e indiretamente) que você é bom? Onde você prospera? O TDAH provavelmente lhe confere algumas das melhores partes de si mesmo – e o que os outros mais gostam em você. Quais são essas qualidades? Pergunte a seus amigos, familiares, parceiros, colegas de trabalho ou outras pessoas importantes em sua vida o que eles veem que você faz bem.
É fundamental que você reconheça esses pontos fortes e acredite neles. Se você só consegue listar seus pontos fortes sem acreditar profundamente que eles são verdadeiros, então pare nesta etapa e trabalhe nisso.
- Reformule Memórias e Histórias
Revise as histórias que você conta a si mesmo de uma forma mais gentil e fortalecedora. Os eventos não podem ser reescritos, mas a forma como interpretamos ou fazemos sentido a partir deles pode.
Por exemplo, alguém que muitas vezes teve problemas ao crescer pode dizer: “Sempre fui um problema” ou “Decepcionei as pessoas”. Uma maneira de revisar poderia ser: “Como uma criança com TDAH hiperativo em um ambiente escolar tradicional e sem tratamento adequado, eu não era compreendido. Fui muito castigado, mas na verdade não sou um problema. O TDAH torna mais difícil controlar meus impulsos em comparação com outras pessoas, mas todo mundo comete erros. Isso não significa que há algo errado comigo. E por outro lado, essa mesma parte de mim é o que me ajuda a ser um pensador inovador!”
Compartilhe suas histórias e experiências relacionadas ao TDAH com outras pessoas em quem você confia. Fale sobre como essas primeiras memórias fizeram você se sentir e como elas moldaram a maneira como você se vê no presente. Sem consciência e compreensão, as pessoas em sua vida serão severamente limitadas em sua capacidade de encorajar, apoiar ou simplesmente entender por que você pode estar pensando, sentindo ou agindo de uma determinada maneira.
- Pratique a autocompaixão
Ser incompreendido e não compreender a si mesmo é uma parte comum e completamente compreensível do TDAH; Você não está sozinho. Como você pode não desenvolver dúvidas quando aprendeu a desconfiar de si mesmo em uma idade tão jovem? Seja gentil consigo mesmo e evite se culpar ou se frustrar.
Construa uma base de bem-estar, equilíbrio e competência em sua vida para aumentar a presença de pensamentos, emoções e comportamentos estáveis. A seguir está uma lista de sugestões – comece devagar e atente para as áreas que mais o ajudariam (talvez se concentre em uma estratégia por semana, ou em qualquer ritmo que seja realista e gerenciável para você ter sucesso). Mais importante ainda, seja gentil e paciente consigo mesmo enquanto trabalha para fazer mudanças em sua vida.
Envolva-se em atividades que você goste e faça bem regularmente – escrever poesia, caminhar, consertar ou tocar violão, resolver um quebra-cabeça, praticar um esporte, etc.
Mantenha um horário de sono. Vá dormir e saia da cama no mesmo horário todos os dias. O TDAH pode dificultar o sono, mas tente dormir de 7 a 9 horas por noite. Integrar técnicas adicionais de higiene do sono, se necessário (por exemplo, ambiente confortável no quarto; rotina relaxante antes de dormir; evitar telefone, computador e outras telas antes de dormir).
Coma regularmente e o suficiente.
Tome medicamentos prescritos. Alguns medicamentos para TDAH podem ter efeitos colaterais desagradáveis e ser difíceis de gerenciar. O que funciona para uma pessoa pode não funcionar bem para outra – colabore com seu médico para encontrar o melhor plano para você.
Minimize ou elimine álcool, cafeína e outras drogas.
Conecte -se com pessoas e/ou animais.
Pratique a atenção plena.
Integre o movimento ou o exercício de maneiras que sejam possíveis para você.
Considere se encontrar com um terapeuta ou coach, especialmente se você tiver dificuldades na vida ou gostaria de superar as barreiras ao seu potencial.
Acima de tudo, saiba que você sempre foi e sempre será muito mais do que as áreas em que você luta. Sua história verdadeira e expansiva está esperando para ser contada.
Espero que tenham gostado e continuem com a leitura de nossos artigos.
Abraços,
Socorro Bernardes
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Psicopedagoga, Psicanalista Clínica, Palestrante, Bacharel em Administração de Empresas, especialista-BA na área de Atendimento Educacional Especializado, Escritora/poetisa com livro publicado pela Editora Baraúna e CBJE.