Perfeccionismo e Depressão: Introdução

Primeiramente, é importante salientar que – diante do perfeccionismo – ser diligente pode ser gratificante, pode inclusive inspirar os seres humanos a alcançarem seu máximo potencial. Todavia, é preciso que os padrões projetados a serem alcançados sejam realistas, e quando não são, uma hipotética depressão é reforçada, mediante a personalização dos erros, e também a característica catastrofização comum à depressão, que paralisa o indivíduo.

Assim sendo, este artigo visa elucidar a relação entre perfeccionismo e depressão, demonstrando a toxicidade existente entre ambas, bem como as estratégias para lidar com o perfeccionismo para assim lidar melhor com a depressão.

Intolerância a Erros: Uma Característica da Depressão (parte 1)

Em primeiro lugar, a relação entre perfeccionismo e depressão se instaura na característica da depressão em ser intolerante a erros. Dessa forma, indivíduos deprimidos tendem a personalizar os erros, o que culmina em autocrítica, ruminação, e lamentos constantes.

Assim sendo, uma pessoa deprimida se rotula, se culpa completamente pelos erros cometidos, não considera explicações alternativas para seus insucessos. Então, tudo isso culmina em indecisão, isolamento, e em não correr riscos, o que reforça a depressão e imobiliza a pessoa de experimentar novas experiências. Ou seja, o pavor do erro imobiliza o ser humano, e aumenta a depressão.

 

Intolerância a Erros: Uma Característica da Depressão (parte 2)

Assim também, o perfeccionismo apare como estratégia para evitar completamente os erros, e, por conseguinte, é muito comum que pessoas deprimidas firmem padrões irrealistas de objetivos. Dessa forma, a frustração só aumenta porque, além da catastrofizar os erros cometidos, a depressão ainda é reforçada no ser humano por não alcançar tais objetivos, o que potencializa ainda mais os sintomas depressivos em médio/longo prazo.

Em suma, é como uma armadilha: De um lado você tem objetivos impossíveis naturalizados, e do outro, a aversão a erros, que na verdade fazem parte da natureza humana. Assim sendo, este texto traz uma alternativa de perspectiva, que joga luz a estes conceitos supracitados. Portanto, nem o perfeccionismo é saudável e deve ser objetivado tão prevalentemente, tampouco os erros devem ser evitados a todo custo.

 

Perfeccionismo Adaptativo e Mal Adaptativo: Caminhos para Lidar com a Depressão

De antemão, estabelecer altos padrões não é necessariamente ruim. Ou seja, é importante estabelecer metas ambiciosas, atingir conquistar valiosas e assim se satisfazer com a possível recompensa, o que culmina em um tipo de perfeccionismo chamado adaptativo. Todavia, essas metas precisam ser possíveis e realistas, de acordo com suas vivências e capacidades, pois quando não são, seu alcance se torna impossível. Dessa forma, a frustração aumenta e, por conseguinte, a depressão se torna ainda mais prevalente.

Então, torna-se possível lidar com tal condição. Em primeiro lugar, é importante compreender que existe um tipo de perfeccionismo adaptativo, passando pela ideia de que existem formas nas quais o perfeccionismo se manifesta, passando pelo social e o pessoal. Em segundo lugar, também é importante conhecer a noção de imperfeição bem-sucedida, e como ela pode elevar a sensação de eficácia de alguém, através de uma forma de pensar diferente do perfeccionismo propriamente dito.

Por fim, este artigo guiará uma alternativa sobre como aplicar estes conceitos na cotidianidade. Assim sendo, mediante um modelo, o ser humano poderá avançar e enfrentar sua própria depressão de uma maneira funcional e não obcecada.

 

Perfeccionismo Pessoal e Social

Perfeccionismo Pessoal diz respeito a como você se avalia – seus padrões excessivamente elevados, suas dúvidas, seu foco nos erros, e sua preocupação excessiva em ter certeza de que tudo está organizado (Leahy, 2015). Significa dizer que é uma forma que o indivíduo se autoavalia, mediante suas buscas e suas conquistas, a partir de autos padrões que podem ou não beirar a perfeição.

Já o Perfeccionismo Social está focado nos padrões que os outros tem para você – o que seus pais deveriam pensar, o que seus amigos podem dizer – e no seu medo de críticas (Leahy, 2015). Ou seja, você busca a perfeição mediante a aprovação externa, sobre o que seus pais ou seus amigos vão pensar ou dizer, e além. Isso também se estende para a forma como você enxerga os outros, e os padrões que eles precisam ter na sua avaliação o que culmina, tanto em ser aprovado pelos outros, quando aprova-los mediante padrões altos estabelecidos.

Assim sendo, não só o individuo vive obcecadamente em função do externo, como acaba se frustrando por ele quando estes não alcançam os padrões estabelecidos. Com isso, tanto os próprios erros, como os erros dos outros tornam-se insuportáveis, cotidianos, e perpetuam a depressão.

 

A Compreensão do Perfeccionismo

Entender as formas de perfeccionismo é importante para conseguir ser objetivo no modo como lidar com a problemática em questão. Dessa forma, é possível conseguir entender de que forma a pessoa experencia o perfeccionismo, para onde ele aponta, se é algo mais introspectivo ou se trata de uma expectativa perante o outro… ou mesmo ambas. A pessoa pode se questionar se é mais preocupada com ela mesma ou com os outros, se é realista algumas vezes, ou se estabelece padrões impossíveis todo o tempo, se exige completa perfeição, ou se consegue tolerar algum tipo de erro (Leahy, 2015).

Por fim, aqui propõe-se uma estratégia para lidar com o perfeccionismo de modo geral, que é a noção abordada por Robert Leahy chamada imperfeição bem sucedida, que será elucidada a seguir. Tal premissa se fundamenta no fato de que não é preciso uma perfeição absoluta, para ainda assim conseguir ser eficaz e efetivo o suficiente para viver bem e obter satisfação, aceitando os erros como parte da vida.

A Imperfeição Bem Sucedida: Vença o Perfeccionismo! (parte 1)

A imperfeição bem-sucedida – como bem explicada por Leahy em seu livro – parece uma contradição, mas está longe de ser. Da mesa forma, tal premissa, na verdade, elucida a ideia de que as coisas não precisam ser “8 ou 80”, e de que ao próximo da excelência pode ser mais do que suficiente, para além de uma noção de exatidão.

Nem herói, nem zero a esquerda. Se você erra, não significa que é um completo fracasso, e se acerta, você sabe que pode não ser o melhor, mas ainda assim pode se comprometer em tentar ser ainda melhor no futuro, pagando o devido tributo ao que já fora realizado.

 

Assim sendo, a imperfeição bem-sucedida traz a luz o fato de que o ser humano comete erros, até deve cometê-los, para no fim aprender com eles e fazer ainda melhor posteriormente, uma vez que os erros fazem parte da existência humana. Não obstante, tal noção também naturaliza que buscar a perfeição é irreal, e incentiva a vivência do momento presente, ao tentar ser melhor apenas pelo fazer de algo, e não tão somente pelo objetivo final.

Por exemplo, se você faz um trabalho acadêmico, apenas preocupado em tirar um 10, talvez não consiga desfrutar do momento, e diminui suas chances até mesmo de tirar uma nota razoável no futuro por ficar obcecado, ansioso, e posteriormente ainda mais deprimido.

Todavia, quando um indivíduo tem esta meta, mas também naturaliza ser aceitável um 8 ou um 9, as chances deste aumentam, não só porque a auto cobrança diminui, mas também porque este aceita a possibilidade dos erros, e passa a valorizar aquilo de bom que potencialmente foi feito.

 

A Imperfeição Bem Sucedida: Vença o Perfeccionismo! (parte 2)

Este exemplo supracitado é uma forma técnica de pensar a respeito do estar aqui-e-agora, que é uma maneira de afastar a ansiedade, maximizar suas ações, e ainda conseguir desfrutar de tudo sem muita autocobrança, praticando o interesse genuíno e a autoaceitação.

E se você se incomoda em sempre achar que poderia ter feito melhor, pensando que isso te empurra pra frente, saiba que sempre é possível fazer melhor, então se essa for a forma de pensar fixa, a pessoa vai enlouquecer e não vai conseguir viver plenamente, a menos que estabeleça padrões razoáveis como base. E uma forma de ter essa base, é através da imperfeição bem-sucedida.

Tal base é indispensável para permitir a prática da aceitação dos erros, e isso é primordial para – em última instância – obliterar o perfeccionismo mal adaptativo e combater a depressão. Assim, muitas vezes, objetivar um 8 numa prova, dependendo do contexto e do preparo para aquela prova, pode ser mais funcional do que tomar o 10 como objetivo a qualquer custo. Pode até ser que o 10 venha, eliminada a pressão a abrandada a ansiedade a partir dessa premissa, afinal, como um certo psiquiatra chamado Viktor Frankl (2021) disse uma vez: “Quanto mais se busca o prazer, mais se erra o alvo” … as vezes é bom deixar aquilo que é maravilhoso simplesmente acontecer.

 

Conclusão

Em suma, aceitar os erros é aceitar a condição humana primordial. Errar é humano, e somos humanos ainda que a sociedade degenere isso dia após dia. O ser humano pode buscar a excelência, mas deve se livrar da dicotomia do pensamento “tudo-ou-nada”. Ele deve simplesmente aceitar que as vezes um bom nível de eficácia, é suficiente para o crescimento e a vida plena.

Por fim, o mais importante é mover-se, seguir, tornar-se menos autocrítico, vivenciar as coisas e ter atitude em vez de se fechar em melancolia e ruminação. Porque no final das contas, as pessoas mais plenas, e algumas de sucesso, cometeram muitos erros ao longo de sua trajetória, mas acima de tudo, seguiram em frente independentemente disso.

 

Conheça nosso curso de autismo, não perca mais tempo, é demais!

🌟 Conquiste o Mundo do Autismo: Um Guia Definitivo para Entendimento e Apoio 🌟

🚀 Seja a Mudança que Você Quer Ver

Bem-vindo(a) à jornada de compreensão e apoio às maravilhas do autismo! Se você está aqui, é porque tem um coração dedicado e uma mente curiosa, pronta para mergulhar no universo do TEA (Transtorno do Espectro Autista).

🧩 Descubra o Mundo do TEA

O autismo é um mosaico de experiências e potenciais. Este curso é a chave para destravar uma compreensão mais profunda e uma abordagem efetiva no trato com o TEA.

💡 Ilumine Caminhos com Empatia e Conhecimento

Já se sentiu perdido ao tentar se conectar com alguém no espectro autista? Quer saber como criar um ambiente acolhedor e propício para o desenvolvimento? Aqui está a sua chance de brilhar!

📚 Para Quem é Este Curso?

Ideal para professores, pedagogos, psicopedagogos, especialistas em AEE, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, e, claro, para aqueles que vivem a realidade do TEA. Seja um farol de apoio e orientação!

🌈 Transforme Conhecimento em Ação

OFERTA ESPECIAL: Ao adquirir o Curso Autismo com Estratégias e Atividades, você recebe um e-book exclusivo! Uma oportunidade única para expandir seu conhecimento e impactar vidas.

✨ Faça a Diferença Hoje

Não perca essa chance única de se tornar um aliado no universo do autismo. Seja parte dessa transformação. Inscreva-se agora e abra as portas para um mundo de compreensão e apoio!

Conheça nosso curso de autismo, não perca mais tempo, é demais!

Conheça outro artigo sobre Perfeccionismo e Depressão!

 

Referências

Leahy, R. L. (2015). Vença a depressão antes que ela vença você. Artmed Editora.

Frankl, V. E. (2021). A vontade de sentido: fundamentos e aplicações da logoterapia. Paulus Editora.

Perfeccionismo e Depressão: Relação e Estratégias de Enfrentamento