A Educação Está Longe do Ideal

Primeiramente, a aprendizagem adequada é um processo vital e multifatorial, que auxilia decisivamente no desenvolvimento do ser humano ao longo de seus estágios de desenvolvimento. Todavia, a educação como um todo tem estado longe do ideal, uma vez que seu principal foco – extremamente conteudista – priva as crianças (também as com TDAH) de desenvolverem aptidões que acompanhem o suposto acúmulo de conhecimento intelectual proposto.

Do mesmo modo, criança com TDAH sofrem ainda mais diante de um modelo de educação tal, já que sua dificuldade mais acentuada em manter o foco mediante determinadas tarefas é acentuado em um modelo como este.

Como resultado, a educação forma uma minoria de indivíduos com conhecimento específico, porém com pouca aptidão cognitiva e social. Enquanto isso, outra grande parcela dos estudantes acaba constituindo-se de analfabetos pouco funcionais, somando os outros diversos fatores de sucateamento da educação, ilustrado pelos modelos estapafúrdios recentes, como, por exemplo, o “novo” ensino médio.

Assim sendo, este artigo busca trazer uma visão que agregue valor á novas formas de pensar a educação, bem como mostrar uma aplicabilidade de possibilidade para o desenvolvimento apropriado – a partir de um ensino adequado – de uma pessoa que tenha dificuldades acentuadas para se concentrar, como no caso de alguém com TDAH. Para isso, o conteúdo que servirá de base para as explanações será o conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal, explanada por Vygotsky e retomada por Harry Daniels em seu livro ‘Vygotsky e a Pesquisa’.

O Que é Zona de Desenvolvimento Proximal – ZDP?

Antes de mais nada, a definição de Vygotsky ilustra a questão:

Definição de ZDP: “nível real de desenvolvimento determinado por solução independente de problemas” e o nível mais elevado de “desenvolvimento potencial determinado através de solução de problemas com orientação adulta ou em colaboração com pares mais capazes” (Vygotsky, 1978, p. 86).

Em seguida, Daniels citando o próprio Vygotsky ilustra a explicativa supracitada através de um exemplo didático prático:

Suponha que examino duas crianças no seu ingresso na escola, ambas com doze anos cronologicamente e oito anos em termos de desenvolvimento mental. Posso dizer que possuem a mesma idade mentalmente? Claro que sim. O que significa isso? Significa que podem independentemente lidar com tarefas até o grau de dificuldade que foi padronizado para o nível de oito anos de idade.

Se paro neste ponto, as pessoas imaginariam que o curso subsequente de desenvolvimento e de aprendizado escolar dessas crianças será o mesmo porque depende do intelecto delas. […] Agora imagine que não encerro meu estudo nesse ponto, mas tão só o início. […] Suponha que mostro […] [que essas crianças] apresentam várias maneiras de lidar com uma tarefa […] que as crianças solucionam o problema com minha assistência.

Nessas circunstâncias, confirma-se que a primeira criança pode lidar com problemas até um certo nível de doze anos de idade. A segunda até um nível de nove anos. Ora, essas crianças são mentalmente idênticas? Quando foi mostrado pela primeira vez que a capacidade de crianças com níveis iguais de desenvolvimento mental para aprender mediante orientação de um professor variava num alto grau, ficou aparente que essas crianças não eram mentalmente idênticas e que o curso subsequente de seu aprendizado seria obviamente diferente. Essa diferença entre doze e oito, ou entre nove e oito, é o que chamamos de zona de desenvolvimento proximal (Vygotsky 1978, p.85-86).

 

Interpretação do autor sobre a ZDP

Basicamente – a parte das explicativas mais técnicas – tem-se a noção de que mesmo que as criação tenham um nível hipotético mental aproximado, a forma, o ambiente, e o auxílio o qual essas crianças dispõem, bem como sua maneira de solucionar problemas ou questões são tão importantes quanto o conhecimento teórico delas, o que implica que sua capacidade de aprendizado e, por conseguinte, de se desenvolver, pode fazer com que ela tenha uma margem de crescimento maior em relação a outra de mesma idade mental. A partir destas considerações, este autor interpreta que a ZDP seja justamente esta margem entre o que está latente, e a consolidação do conhecimento e das aptidões através da experiência.

 

E como a ZDP poderia se relacionar com o TDAH?

Tendo em vista que o processo, o contexto, e até mesmo os vínculos e as emoções relacionadas são tão importantes quanto o conteúdo prático a ser hipoteticamente apreendido por uma criança, a aplicabilidade de uma educação que privilegiasse todos estes aspectos englobados, favoreceria a todos, mas especialmente aqueles que tem dificuldades mais acentuadas para aprender. Nesse sentido, pessoas com TDAH sairiam favorecidas, pois ganhariam mais ferramentas para lidar com as especificidades do transtorno, e assim aprenderiam com menos percalços do que acontece cotidianamente, levando em conta os aspectos técnicos da educação nesta época.

Todavia, não é este artigo que poderia mudar qualquer aspecto educacional por si só. Porém, fornecer estas informações pode servir de luz para que as pessoas identifiquem que, nem tudo de negativo de um transtorno se refere apenas as características sintomáticas deste, mas também tem a ver com toda a inabilidade dos processos e das instituições como um todo para contemplar as mais diversas características humana. Contudo, a criatividade humana pode transcender até mesmo o pior dos cenários e, a despeito daquilo que é fornecido, é possível buscar formas de otimizar o aprendizado, apesar dos pesares.

 

Como conhecer a ZDP de Vygotsky Pode Auxiliar no aprendizado de pessoas com TDAH

Segundo Daniels citando Vygotsky: “todo inventor, mesmo um gênio, também é um produto de seu tempo e ambiente” (2011, p. 40), e isso implica que qualquer indivíduo teria uma margem mais acentuada para se desenvolver se dispuser de artefatos que o permitam, para além de sua capacidade cognitiva latente. Assim, essa noção ajuda a entender que o aprendizado vai muito além de ver uma aula, ou de estudar uma matéria. Envolve processos mais amplos e complexos, que se relacionam com os matérias dos quais a pessoa dispõe, bem como a regulação emocional adequada para poder render mais aos processos.

Assim sendo, para alguém com TDAH, esta compreensão é vital, já que a visão amplificada permite que este possa aprender a lidar com todas as questões que poderiam hipoteticamente influenciar no seu desenvolvimento, e não tão somente se preocupar com a “pegada” conteudista.

Outro aspecto que os conceitos relacionados a ZDP favorecem, é a noção de criatividade como algo que vai muito além da inspiração; algo que se constitui socialmente, e que exige um variado número de ferramentas, artefatos e culturas apropriadas para vicejar. Isso ultrapassa a perspectiva individual de incapacidade que alguém com TDAH pode nutrir, e contribui para um coletivismo. Dessa maneira, isso pode ser importante para alguém hiperativo, cuja facilidade reside justamente na atividade para efetuar tarefas, a qual pode ser benéfica se houver alguma regulação.

 

Conclusão

A partir dessa noção de criatividade supracitada, as pessoas podem aprender que executar é tão importante quanto armazenar informações. Assim sendo, alguém com TDAH pode utilizar suas características em prol disso, fazendo escolhas compatíveis com suas necessidades, ultrapassando os estigmas de sua própria condição. Para tanto, de forma prática, ser criativo é vital, seja usando formas bem humoradas para aprender, ou buscando atividades que tragam tranquilidade ao processo. Esse entendimento, traz plasticidade ao aprendizado, pois, para além do conteúdo, vem a compreensão de que tudo pode contribuir, e até mesmo se constituir, em aprender.

 

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